xx xx

DOENÇAS INFECCIOSAS BACTERIOLOGIA IMUNOLOGIA MICOLOGIA PARASITOLOGIA VIROLOGIA
EM INGLÊS

 

PARASITOLOGIA
CAPÍTULO SETE PARTE DOIS
CARRAPATOS


Dr Richard Hunt
Professor Emérito
Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Sul


Tradução:
PhD. Myres Hopkins
 

 

SHQIP - ALBANIAN
E-MAIL
DR MYRES HOPKINS
Dê a sua opinião
CONTATO
BUSCA

  

Todos os ciclos de vida nesta seção são cortesia da  Biblioteca de Imagens de Parasitas do DPDx
Centros para Controle de Doenças (CDC)

PARTE UM
ARTRÓPODOS
PARTE DOIS
CARRAPATOS

Os carrapatos são encontrados no mundo inteiro. Eles são sugadores de sangue, parasitas oportunistas que podem atacar a pele de uma variedade de hospedeiros vertebrados. Eles não têm segmentação e são chatos dorso-ventralmente com quatro pares de pernas (figura 1).

Embora todos os estágios do ciclo de vida de um carrapato possam sugar sangue, é normalmente o carrapato adulto que traz problemas para os seres humanos. Doenças humanas associadas ao carrapato são mais comuns nos meses de verão, quando a chance de contato aumenta durante as atividades ao ar livre, normalmente em áreas arborizadas. Ser picado por um carrapato é quase sempre indolor, e a presença do carrapato pode não ser detectada durante algum tempo. Frequentemente o carrapato traz problema para o hospedeiro humano não maior do que uma pápula eritomatosa e ele cai após sugar o sangue. Às vezes, o local onde ele se prendeu pode coçar e se tornar dolorido. Podem ocorrer infecções secundárias do local da picada, frequentemente como resultado da presença de remanescentes do aparelho bucal aderido, após o carrapato ser removido. Os carrapatos podem aderir em qualquer lugar do corpo, mas são frequentemente encontrados em regiões da nuca, ao redor das orelhas, virilha, axilas, etc.

Apesar de as picadas da maioria dos carrapatos não apresentarem consequências, elas podem trazer uma quantidade de agentes causadores de doença homana, incluindo vírus, bactérias e protozoários. Existem duas famílias de carrapatos: os carrapatos duros (Ixodídeos) e os carrapatos moles (Argasídeos) (figura 1). Os Ixodídeos aderem a seus hospedeiros por um período de tempo prolongado (vários dias), enquanto que os Argasídeos rapidamente se alimentam e caem. Consequentemente, estes são frequentemente não detectados.

Embora a maioria dos problemas associados a carrapatos surgem a partir de organismos que causam doenças que são levados pelos carrapatos, em um caso - a paralisia do carrapato - o problema vem diretamente de toxinas na saliva do carrapato.

Os carrapatos importantes por trazerem doenças nos Estados Unidos são:


CARRAPATOS DUROS

Carrapato do cão (Dermacentor variabilis) (figura 2 e 3A,B) que é encontrado no leste das Montanhas Rochosas e em algumas áreas dos Estados da costa do Pacífico.

Carrapato de Madeira da Montanha Rochosa (Dermacentor andersoni) (figura 3 C,D). Como o nome sugere, é encontrado nas Montanhas Rochosas e também no Sudeste do Canadá.

Carrapato do Veado (Carrapato da Perna Prêta) (Ixodes scapularis) (figura 3 G,H, K). Este ocorre no nordeste e na região centro norte dos Estados Unidos.

Carrapato da perna preta do ocidente (Ixodes pacificus) (figura 3 I,J) que é encontrado nos estados da costa do Pacífico dos Estados Unidos.

Carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanuguineus). Também conhecido como carrapato vermelho do cão (figura 3 M). Este é encontrado no mundo inteiro (Todo os Estados Unidos e sudeste do Canada) e pode completar seu ciclo de vida inteiro em ambientes interiores. Ele infesta principalmente cães, mas podem se alimentar de outros mamíferos, inclusive o homem.
Carrapato estrela solitária (Amblyomma americanum) (figura 3 E,F), encontrado no sudeste e centro sul dos Estados Unidos.

CARRAPATOS MOLES

Várias espécies de Ornithodoros são encontradas no oeste dos Estados Unidos. A família Argasidae é dividida em quatro gêneros: Argas, Ornithodoros, Antricola, e Otobius (figura 3 L).
 

 

 

 

 

Figura 1
Diferenças morfológicas entre carrapatos moles, Argasidae, e carrapatos duros, Ixodídeos. CDC
 

 Figura 2 Ciclo Geral de Vida do Dermacentor variabilis e Dermacentor andersoni Ticks (Família Ixodídeae) CDC

 

Figura 3 (abaixo)
 

rocky-tick.jpg (7244 bytes)   
A. Carrapato do cão americano (Dermacentor variabilis) CDC

 
B. Distribuição aproximada do carrapato do cachorro americano CDC

rocky-tick2.jpg (5085 bytes)  
C. Carrapato da madeira da Montanha Rochosa (Dermacentor andersoni) CDC

ehrlicj-tick.gif (16724 bytes) 
D. Carrapato estrela solitária (Amblyomma americanum) CDC

ehrilich-bltick.gif (14979 bytes)
E. Carrapato da perna prêta (Ixodes scapularis) CDC

ehrlich=bltick2.jpg (3326 bytes) 
F. Carrapato ocidental da perna prêta (Ixodes pacificus) CDC

 
G. Distribuição aproximada do carrapato da madeira da Montanha Rochosa CDC

ehrlich-map1.gif (14691 bytes)
H. Área aproximada de distribuição do carrapato estrela solitária CDC

ehrlick-bltickmap.gif (15402 bytes)
I. Área aproximada de distribuição do carrapato de perna prêta CDC

ehrlich-map2.gif (16811 bytes) 
J. Área aproximada de distribuição do carrapato ocidental de perna prêta CDC


K. Um membro da família Argasidae dos "carrapatos moles" norteamericanos CDC


L. Carrapato marrom do cão Rhipicephalus sanuguineus © Dr Peter Darben

 

 
Figure 4
Reported cases of Rocky Mountain spotted fever in the United States,
1942-1996

rocky-month.gif (7960 bytes)  Figura 5
Distribuição sazonal de casos relatados da febre maculosa da Montanha Rochosa, 1993-1996 CDC
rick1.jpg (37437 bytes) Figura 6
Infecção de células endotelias por Rickettsia e Orientia

rocky-bact.jpg (6187 bytes)  Figura 7
Coloração de Gimenez de células de hemolinfa carrapatos infectadas por R. rickettsii CDC
rocky-feet.gif (38245 bytes)  Figura 8
Eritema macular característico de estágio avançado da febre maculosa da montanha rochosa nas pernas de um paciente. 1946 CDC
rocky-foot2.jpg (5493 bytes)  Figura 9
Febre Maculosa da Montanha Rochose: Eritema (macular) inicial da sola do pé CDC

rocky-arm.jpg (8438 bytes)
  Figura 10
 Febre Maculosa da Montanha Rochosa. Eritema tardio (petequias) na palma da mão e no antebraço CDC
Figura 11
Esta lesão causada pela febre maculosa de Montanha Rochosa está localizada no céu da bôca (palato duro) desta criança. CDC

DOENÇAS CARREADAS PELOS CARRAPATOS DUROS

DOENÇAS BACTERIANAS 

Febre Maculosa da Montanha Rochosa

Veja também Capítulo 21 de Bacteriologia: Rickettsia

Há centenhas de casos relatados a cada ano de Febre Maculosa da Montanha Rochosa nos Estados Unidos (variando desde a metade do século passado,  desde a pequena quantidade de 200 a até mais de 1.200 no início dos anos 1980). Os números estão aumentando novamente (figura 4). A população de risco é em sua maioria de crianças abaixo de 15 anos de idade. Normalmente os casos ocorrem no verão, devido ao número mais elevado de carrapatos,  e ao contato de humanos mais frequente com estes (figura 5). 

Epidemiologia
O agente causador, a Ricketsia rickettsii, é transmitida pelo carrapato marrom do cão e o carrapato da madeira da Montanha Rochosa (os dois são espécies Dermacentor dos Estados Unidos). Contrariamente ao que o nome sugere,apenas uma pequena proporção de casos é na verdade relatada como proveniente dos estados da Montanha Rochosa. A quantidade de casos mais elevada nos Estados Unidos ocorre no sudeste e nas regiões centro sul, sendo a maior incidência em Oklahoma e Carolina do Norte. 

Em outro lugar na América Central e do Sul, Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma cajennense são carreadores de Ricketsia rickettsii. A doença é conhecida como fiebre manchada no México; febre de São Paulo ou febre maculosa no Brasil; carrapato do tifo ou Tobia fever na Colombia. 

Sintomas
R. rickettsii
é uma bactéria pequena que cresce no interior de células, especialmente células endoteliais que formam as paredes de pequenos vasos sanguíneos (figura 6 e 7). A doença é caracterizada por náusea, perda de apetite, febre, mialgia e cefaléia. Sucede-se o seguinte: três a 5 dias após a picada pelo carrapato, o eritema característico (figura 8, 9, 10, 11), que resulta do vazamento dos vasos sanguíneos como resultado das células endoteliais infectadas, que morrem.

Inicialmente, o eritema é formado de máculas pequenas, achatadas, róseas, que não coçam (pontos) nos pulsos, antebraços e tornozelos (figura 9 e 10). Subsequentemente, as máculas se tornam elevadas na pele e ocorre dor (no abdomem e articulares) e diarréia. O eritema vermelho característico, que ocorre em até 60 % dos pacientes, é encontrado nas extremidades (palma das mãos e planta dos pés). Uma minoria dos pacientes jamais progride para este estágio. Testes laboratoriais mostram trombocitopenia, hiponatremia e/ou níveis elevados de enzimas hepáticas. Casos severos requerem hospitalização e podem levar à paralisia das extremidades, e podem mesmo evoluir para risco de vida. Sequelas muito severas incluem gangrena, que pode resultar em amputação, surdez e incontinência. 

Tratamento
O tratamento é feito com uso de antibióticos (doxiciclina). Uma vez não tratada, a Febre Maculosa da Montanha Rochosa pode ser fatal, o tratamento deve ser iniciado tão logo haja a suspeita da doença e antes da confirmação de qualquer diagnóstico laboratorial. 

Detecção laboratorial
Ensaios sorológicos, incluindo microscopia por imunofluorescência. 

Prevenção
Vestimentas que cubram o corpo e sprays anti-carrapatos (contendo frequentemente DEET = dietiloluamida) são usados mais frequentemente. É melhor se manter distante de áreas densamente infestadas por carrapatos. Se um carrapato for encontrado no corpo, ele deve ser removido imediatamente usando os dedos ou pinças.

 

tularemia.jpg (76442 bytes)  Figura 12.
Polegar com úlcera de pele da tularemia. CDC/Emory U./Dr. Sellers

tular2002.jpg (142553 bytes)  Figura 13
Lesão de pele pela tularemia na face dorsal da mão direita CDC/Dr. Brachman

Figura 14
Bactérias Francisella tularensis coradas com azul de metileno CDC/Dr. P. B. Smith

tular-map.gif (16561 bytes) Figura 15
Reported cases of tularemia in the United States 1990-2000 CDC

Figura 16. Incidência média anual de tularemia por sexo e grupo etário - Estados Unidos, 1990-2000 CDC

 

Tularemia

Veja também Capítulo 17 de Bacteriologia: Zoonoses

Esta também é transmitida pelas duas espécies de Dermacentor. Tularemia é causada pela bactéria Francisella tularensis, que é transmitida pelos roedores, coelhos e lebres; como resultado disso a tularemia é conhecida como febre do coelho. Uma das várias maneiras pelas quais humanos podem ser infectados é ao ser picado por um carrapato que adquiriu a bactéria após picar um desses animais; entretanto, ela pode ser também inalada durante a manipulação de roedores infectados. Não há relatos de transmissão pessoa a pessoa. A Francisella tularensis é muito infecciosa. A tularemia ocorre em toda a extensão continental dos Estados Unidos, mas é relativamente rara, com cerca de 200 casos sendo relatados por ano (figura 15, 16).

Sintomas
Os sintomas da tularemia, que pode ser fatal se não tratada, varia de acordo com a rota pela qual a infecção foi adquirida; frequentemente os pacientes experimentam edemas das glândulas linfáticas, úlceras de pele, (figura 12, 13), inflamação dos olhos e da garganta, diarréia. Esta pode ser seguida por pneumonia atípica, pleurite, linfoadenopatia hilar. Tularemia por inalação resulta em febre rápida, calafrios, cefaléia, mialgia, dor articular, tosse seca e fraqueza progressiva. A pneumonia pode resultar do estresse e insuficiência respiratória, com sangue no catarro.

O diagnóstico é inicialmente feito a partir dos sintomas, mas testes laboratoriais confirmatórios usando coloração pelo Gram ou outra (figura 14) ou microscopia por imunofluorescência são usados para visualizar a bactéria infectante.

Tratamento
O tratamento com antibióticos usando estreptomicina, gentamicina, tetraciclinas (ex., dociciclina) ou fluoroquinolonas, (ex., ciprofloxacino) é a principal forma de terapia. A estreptomicina ou gentamicina podem ser usadas via intravenosa. Há uma vacina que é feita a partir de uma F. tularensis biovar paleártica (tipo B) avirulenta. Além disso, antibióticos podem ser usados como profilaxia pós-exposição antes do aparecimento dos sintomas, se há suspeita de infecção por F. tularensis.
 

 

Figura 17
Coxiella burnetii , organismo responsável pela febre Q
 
 

  Figura 18
Infecção de Macrófagos por Coxiella

Febre Q
 

Veja também Capítulo 21 de Bacteriologia: Rickettsia  

Vários animais de fazenda (gado, carneiros, cabras, etc.) são os carreadores primários da bactéria Coxiella burnetii (figura 17) que causa a febre Q. A disseminação para humanos ocorre normalmente via inalação de poeira contendo partículas de urina sêca, fezes, etc. de animais infectados. Entretanto, menos comumente, a bactéria pode ser transmitida pela picada do carrapato Dermacentor. A ingestão de leite contaminado pode também levar à infecção. A C. burnetii infecta macrófagos e sobrevive no fagolisossomo, onde a bactéria se multiplica (figura 18). As bactérias são liberadas por lise das células e fagolisossomos.

Sintomas

Febre Q aguda
Muitos pacientes, cerca da metade deles, não apresentam sinais da infecção. Mas em outros, após um período de incubação de 1 - 2 semanas, há o aparecimento súbito de febre, cefaléia, mal-estar geral, mialgia, dor de garganta, calafrios, sudorese, tosse não produtiva, náusea, vômitos, diarréia, dor abdominal e dor no peito. O paciente pode também parecer confuso. Muitos pacientes apresentam os sintomas de pneumonia e hepatite, mas a maioria se recupera em um mês ou dois sem tratamento, embora a febre Q aguda tenha uma taxa de mortalidade de 1 - 2 %.

Febre Q crônica
Se o paciente é deficiente na recuperação da infecção, a febre Q crônica aparece. Esta pode ocorrer alguns meses após a infecção primária, mas pode também ocorrer muitos anos após. Endocardite das válvulas cardíacas aórticas é o principal problema que se impõe. Esta ocorre normalmente em pessoas portadoras de doenças de válvulas cardíacas, mas também estão sob risco pacientes transplantados, com câncer e com doenças renais. A forma crônica da febre Q tem uma taxa de fatalidade de 60 - 70%.

Diagnóstico
É usada a sorologia para determinar a presença de anticorpos contra Coxiella burnetii.

Tratamento
Antibióticos tais como doxiciclina são usados para tratar a febre Q aguda. Para a febre Q crônica, dois protocolos têm sido investigados: doxiclina juntamente com quinolonas durante pelo menos 4 anos e doxiciclina com hidroxicloroquina durante 1,5 a 3 anos.

Há uma vacina usada na Austrália por pessoas que possam entrar em contato com C. burnettii, mas não está disponível comercialmente nos Estados Unidos
 

 

 Figura 19
Infecção de leucócitos por Ehrlichia

  Figura 20
Casos Relatados de Erliquiose nos Estados Unidos CDC

ehrlich-map3.gif (32970 bytes) Figura 21
Áreas onde a erliquiose humana pode ocorrer baseado na distribuição aproximada das espécies de vetores carrapados hospedeiros CDC

ehrlich-sewas.gif (5945 bytes)  Figura 22
Distribuição sasonal aproximada de HGE nos Estados Unidos CDC

Erliquiose
 

Erliquiose Humana
 

Veja também Capítulo 21 de Bacteriologia: Rickettsia  

A erliquiose humana é transmitida pelo Dermacentor variabilis e pelo Amblyomma americanum e é causada por uma quantidade de bactérias da família Ehrlichia, sendo nos Estados Unidos, principalmente pela Ehrlichia chaffeensis. Essas bactérias são organismos pequenos Gram-negativos que infectam leucócitos (figura 19).Assim como acontece com muitas doenças transmitidas por carrapatos, a incidência segue a distribuição do vetor (figura 21) com incidência mais elevada durante os meses de verão (figura 22), quando as populações de carrapatos e o contato com eles é maior. O número de casos tem aumentado (figura 20).

Sintomas
Após um período de incubação de uma semana a 10 dias, o paciente se apresenta com mialgia, cefaléia e mal-estar geral. Pode ocorrer também náusea, vômitos, diarréia, tosse, dor articular, e o paciente pode parecer confuso. Às vezes ocorre um eritema, mas normalmente isto ocorre apenas em casos pediátricos. Se não houver tratamento, manisfetações mais severas da infecção podem ocorrer, incluindo febre prolongada, insuficiência renal,
coagulopatia intravascular disseminada, meningoencefalite
, síndrome do estresse respiratório do adulto, convulsões ou coma. A taxa de mortalidade neste estágio é de 2 - 3%. Pacientes imunodeprimidos estão sob maior risco.

Diagnóstico
Pode ser usada a microscopia utilizando esfregaços de sangue ou sorologia para detactar anticorpos anti-Ehrlichia

Tratamento
Antibióticos tais como doxiciclina são o tratamento recomendado.

 

Erliquiose Granulocítica Humana

A erliquiose granulocítica humana é causada por uma espécie de Ehrlichia semelhante a espécies encontradas em animais (Ehrlichia equi e Ehrlichia phagocytophila) e é transmitida pelos carrapatos de pernas prêtas (Ixodes scapularis) e pelos carrapatos ocidentais de pernas prêtas (Ixodes pacificus).

 

lymerisk.gif (20885 bytes)  Figura 23
Risco da doença de Lyma por região dos Estados Unidos CDC

lymerash.jpg (104804 bytes)
Figure 24. Lyme disease rash CDC

borrelia-ml.jpg (57678 bytes) Figura 25
Morfologia da Borrelia burgdorferi. Imagem de campo escuro © Jeffrey Nelson, Rush University, Chicago, Illinois and The MicrobeLibrary

Figura 26
Ciclo de vida do carrapato da doença de Lyme CDC

Doença de Lyme
 

Veja também o Capítulo 14 de Bacteriologia: Spirochetes

A doença de Lyme é causada pela bactéria espiroqueta Borrelia burgdorferi (figura 25), que infecta tipicamente pequenos mamíferos no nordeste e centro norte dos Estados Unidos. É transmitida para humanos pelos carrapatos Ixodídeos de pernas prêtas (carrapatos do veado). Ocorrem mais de 20.000 casos por ano nos Estados Unidos, o que a torna a doença transmitida por carrapato mais comum na América do Norte. A doença foi inicialmente descoberta na cidade de Old Lyme em Connecticut, mas é encontrada nas costas leste e oeste e no vale do Mississippi (figura 23). Na Europa, uma doença semelhante é causada pela Borrelia garinii ou Borrelia afzelii

Sintomas
Febre, cefaléia e mal-estar, e um eritema característico chamado de eritema migrans (figura 24), que pode ocorrer em poucos dias, mas às vezes ocorrendo apenas algumas semanas depois, são típicos da Doença de Lyme. O eritema (que é normalmente indolor) frequentemente tem uma aparência de olho-de-boi, visto que ele cresce (até um raio de 30 cm) da região central mais
clara
. Se não for tratada a infecção se espalha e pode resultar na Paralisia de Bell (paralisia parcial dos músculos em um ambos os lados da face), meningite, palpitações cardíacas e dores articulares severas. Estes sintomas normalmente se resolvem em poucas semanas, mas após vários meses cerca de 60% dos pacientes terão edemas severos das articulações e artrite. Uma pequena minoria pode também apresentar sintomas neurológicos (formigamento das extremidades, fisgadas, dormência) 

Tratamento
A administração inicial de antibióticos (doxiciclina, amoxiciclina ou axetil cefuroxima) é recomendado. Alguns pacientes continuam com queixas neurológicas e dores musculares mesmo após o tratamento com antibiótico. Não é conhecida a causa disto, mas estas podem ser autoimunes em sua natureza. 

Diagnóstico
Vários testes laboratoriais incluindo Elisa, western blot. 

 

Condições Eritematosas Associadas a Carrapatos dos Estados do Sul dos Estados Unidos

Este eritema é semelhante ao visto na doença de Lyme. O organismo causador não é conhecido, mas não é Borrelia burgdorferi, o agente da doença de Lyme. O carrapato estrela solitária, Amblyomma americanum, é o vetor de transmissão. 

Sintomas
Mal-estar, febre, mialgia, artralgia e eritema tipo "olho-de-boi" no local da picada do carrapato. Não há sintomas crônicos neurológicos como visto no caso da doença de Lyme.

 

Tratamento
Os antibióticos comuns de uso oral são empregados e os sintomas resolvem rapidamente.

 

 

bab2.jpg (16356 bytes) Figura 27
Infecção por Babesia. Esfregaços delgados corados por Giemsa. Note a tétrade (lado esquerdo da imagem), uma forma patognomônica em divisão da Babesia. Uma menina de 6 anos, statua de pós esplenectomia para esferocitose hereditária, infecção adquirida nos EUA. CDC

Babesiamicroti-label.jpg (13972 bytes) Figura 28
Distensão de sangue em filme delgado com formas em anel de B. microti apresentando a forma típica de Cruz de Malta (quatro anéis em formação cruzada). © MicrobeLibrary and Lynne Garcia, LSG & Associates

DOENÇAS POR PROTOZOÁRIOS

 

Babesiose

 

Ver também Capítulo 3 de Parasitologia: Protozoários do Sangue

A babesiose é transmitida por espécies de Ixodídeos que incluem o carrapato do veado (Ixodes scapularis) no norte e centro-oeste dos Estados Unidos e em outros países, incluindo a Europa. Babesia microti é o organismo causador normal e é um hemoprotozoário  (isto é, circula na corrente sanguínea). Normalmente, os dois hospedeiros de Babesia microti são carrapatos e ratos peromiscus (Peromyscus leucopus). O carrapato infecta o rato com esporozoítos, que se reproduzem assexualmente em eritrócitos. Estes escapam para a corrente sanguínea onde formam gametas masculinos e femininos, que são engolfados pelo carrapato durante o repasto sanguíneo. No carrapato, os gametas se fusionam e entram no ciclo esporogônico para formar mais esporozoítos. Seres humanos podem também adquirir esporozoítos quando picados por um carrapato infectado, e são normalmente hospedeiros terminais, mas a babesiose tem sido transmitida a outros humanos via transfusões de sangue (figura 29). 

Na maioria dos casos, a infecção é assintomática, mas após uma semana a um mês os sintomas podem aparecer. Eles incluem febre, calafrios, sudorese, mialgias e fadiga. Em casos severos ocorrem hepatoesplenomegalia e anemia hemolítica. Normalmente o paciente recupera, embora ocorram casos severos em pacientes imuno-comprometidos e idosos.  

A doença causada por outro prozoário, o Babesia divergens, pode resultar em casos mais severos e às vezes fatais de babesiose.

Diagnóstico
O diagnóstico é por sorologia, microscopia de imunofluorescência e por observação direta do parasita em esfregaços sanguíneos no qual inclusões em eritrócitos tipo "Cruz-de-malta" sejam vistas (figura 27, 28). Estas consistem de quatro merozoítos em brotamento ligados.

 

Tratamento
Os antibióticos normalmente usados são clindamicina mais quinino ou atovaquone mais azitromicina.

 

 

 
Babesia-lc.gif (31039 bytes) 

Figura 29
O ciclo de vida da Babesia microti envolve dois hospedeiros, que incluem um roedor, principalmente o rato de patas brancas Peromyscus leucopus.  Durante o repasto sanguíneo, um carrapato infectado por Babesia introduz esporozoítos no rato hospedeiro
 . Os esporozoítos entram nos eritrócitos e realizam reprodução assexual (brotamento)  .  No sangue, alguns parasitas se diferenciam em gametas masculinos e femininos, embora estes não possam ser distinguíveis a nível de microscopia ótica  .  O hospedeiro definitivo é um carrapato, neste caso o carrapato do veado Ixodes dammini (I. scapularis).Uma vez ingerido por um carrapato apropriado  , os gametas se unem e realizam um ciclo esporogônico resultando em esporozoítos  .  A transmissão trans-ovariana (também conhecida como transmissão vertical ou hereditária) tem sido documentada para espécies "grandes" de Babesia spp., mas não para as babesias "pequenas", tais como a B. microti  .  Humanos entram no ciclo quando picados por carrapatos infectados. Durante o repasto sanguíneo, um carrapato infectado por Babesia introduz esporozoítos no hospedeiro humano  .  Os esporozoítos entram nos eritrócitos   e realizam replicação assexuada (brotamento)  . A multiplicação dos parasitas no estágio sanguíneo é responsável pelas manifestações clínicas da doença. Os seres humanos são para todos os efeitos práticos, hospedeiros terminais e há pouca, senão nenhuma transmissão subsequente ocorrendo a partir de carrapatos que realizam repasto em pessoas infectadas. Entretanto, a transmissão de humanos para humanos é bem reconhecida como ocorrendo através de transfusões de sangue  . Nota: Veados são hospedeiros em que os carrapatos adultos realizam repasto e são indiretamente parte do ciclo da Babesia, pois eles influenciam na população de carrapatos. Quando a população de veados aumenta, a população de carrapatos também aumenta, aumentando assim o potencial de transmissão.  CDC DPDx Parasite Image Library
 


 
Figura 30
Paciente feminino isolado diagnosticado com febre hemorrágica do Congo e da Criméia.
CDC
 

Figura 31
Paciente masculino isolado diagnosticado com a Febre hemorrática do Congo e da Criméia. A Febre Hemorrágica do Congo e da Criméia é transmitida por um carrapato. CDC

 

 

DOENÇAS VIRAIS


Febre Hemorágica do Congo e da Criméia

É causada pelo Nairovírus, um membro dos buniavírus. É encontrado na parte oriental da Europa e pelas áreas Mediterrâneas do Sul da Europa, no Oriente Médio, África, noroeste da China e centro e sul da Ásia. Carrapatos ixorídeos (gênero Hyalomma) espalham os vírus, que são também transmitidos por numerosas espécies de animais domésticos e selvagens. A transmissão pessoa a pessoa através do sangue infectado e outros fluidos corporais tem sido documentada. 

Sintomas
Inicialmente, o paciente apresenta-se com cefaléia, febre alta, dor lombar, dor articular, dor de estômago e vômitos. Pode ocorrer rubor, olhos e garganta vermelhos e pequenos pontos vermelhos chamados petequias no palato. Segue-se hemorragia após poucos dias e dura por algumas semanas (figura 30, 31). Isto é indicado por hematomas severos, sangramento do nariz e deficiência em conter sangramentos após um corte ou injeção. A recuperação lenta frequentemente se segue, mas a mortalidade pode ser de 50%.

 

Tratamento
Por ser uma doença viral, o tratamento é de grande suporte, com especial atenção ao balanço eletrolítico. Ribavirina tem sido usada. Uma vacina inativada tem sido usada no Leste Europeu.

 

Febre do Carrapato do Colorado

Esta é às vezes confundida com um caso ameno da Febre Maculosa da Montanha Rochosa, mas a Febre do Carrapato do Colorado é causada por um coltivírus, um membro dos reovírus. Eles são endêmicos do noroeste da América do Norte e são encontrados em carrapatos Ixodídeos. A distribuição do vírus está estreitamente relacionada com a do seu vetor, o Dermacentor andersoni.   

Pode ocorrer transmissão pessoa a pessoa pelo sangue. A viremia prolongada observada em humanos e roedores é devida à localização intraeritrocítica de vírions, que os protege contra a eliminação imune. 

Sintomas
A infecção resulta em febre abrupta, calafrios, cefaléia, dor retro-orbital, fotofobia, mialgia, dor abdominal e mal estar. Às vezes a febre pode ser difásica ou trifásica, durando normalmente de 5 a 10 dias. Formas severas da doença que envolve infecção do sistema nervoso central ou febre hemorrágica, pericardite, miocardite, e orquite tem sido raramente observada, principalmente em crianças. A severidade é suficiente para resultar em hospitalização de aproximadamente 20% dos pacientes. Há evidências de transmissão de mãe para filho/a.

 

Encefalite do Extremo Oriente Transmitida por Carrapatos


(Também conhecida como encefalite verno-estival da Rússia ou encefalite da Taiga)

Esta é causada por um flavivírus, que se espalha pelos carrapatos Ixodídeos (Ixodes persulcatus, I. ricinus e I. cookie). Os reservatórios são pequenos animais e o vírus é endêmico da antiga União Soviética e partes da Europa central e oriental.

 

Sintomas
Cerca de duas semanas após a infecção ocorre uma  doença leve como uma gripe, que normalmente se resolve em poucos dias, mas que pode ser seguida de meningite e meningoencefalite em cerca de um terço dos casos. Em alguns casos pode ocorrer paralisia parcial e a mortalidade pode chegar a 25%.

 

Tratamento
Cuidados paliativos são normais. Há uma vacina feita de vírus mortos que está disponível na Europa. 

 

Encefalite de Powassan

Esta é uma doença rara causada por um flavivírus transmitido pelos carrapatos Ixodídeos. Ocorre menos de um caso relatado por ano nos Estados Unidos, mas a mortalidade é elevada. Está amplamente espalhada na América do Norte e é encontrada em pequenas populações de animais incluindo marmotas. 

Sintomas
Após um relativamente longo período de incubação de quase um mês, o paciente pode apresentar-se com uma dor de garganta, tontura, cefaléia e confusão. Isso pode evoluir para mal estar geral, vômitos, estresse respiratório, febre e convulsões, que podem então levar a paralisia e possível coma. Devido ao fato de o vírus atacar o tecido cerebral, os sobreviventes podem apresentar problemas neurológicos severos.


Tratamento
É indicado o cuidado paliativo.

 

Encefalite Transmitida Pelo Carrapato

(Também conhecida como meningoencefalite bifásica, encefalite transmitida pelo carrapato da Europa Central, encefalite da Checoslováquia por picada do carrapato, febre bifásica do leite ou meningoencefalite viral)

Esta doença resulta da infecção pelo vírus da encefalite transmitido pelo carrapato, que é um membro dos Flavivirideos

Sintomas
A encefalite transmitida pelo carrapato se inicia com sintomas de uma gripe amena, com febre acompanhada de leucocitopenia e trombocitopenia. Isto se resolve dentro de alguns dias. Entretanto, cerca de um terço dos pacientes desenvolvem meningite e meningoencefalite. Esta pode em poucos casos ser seguida de paralisia. A forma Européia da doença tem uma mortalidade menor que 5%. A maioria dos paciente recuperam, mas cerca de um terço pode apresentar problemas neurológicos de longa duração.

Tratamento
Paliativo é a indicação. Há uma vacina experimental com o germe morto na Europa. Na Suécia a vacinação contra TBE é recomendada para residentes e visitantes regulares a áreas endêmicas de TBE.
 

Doença da Floresta de Kyasanur

Esta doença é semelhante à encefalite verno-estival da Rússia e é também causada pelos flavirírus. É encontrado apenas na floresta de Kyasanur do Norte da India. A doença ocorre durante a estação sêca, quando o vetor (Haemaphyalis spinigera) começa a se alimentar em seres humanos. Os carreadores locais são musaranhos e macacos.  


Encefalite Ovina (vírus louping ill)

Esta é encontrada nas Ilhas Britânicas e é causada por um flavivírus, que é transmitido por faisões e carneiros, entre outros animais. Ele pode infectar muitos hospedeiros via vetor carrapatoIxodes ricinus. Ele causa uma encefalite amena que faz com que o animal infectado tenha um galope incomum (que justifica o nome do vírus em inglês). Entretanto, ele pode matar criações de animais e humanos que não recebam os devidos cuidados. 

 

DOENÇAS CAUSADAS DIRETAMENTE PELOS CARRAPATOS DUROS

Paralisia Por Picada do Carrapato

Além de serem portadores de microrganismos que causam doença, alguns carrapatos (Amblyomma americanum e as duas espécies de Dermacentor) podem causar a paralisia por picada do carrapato. Esta é uma doença rara causada pela toxina da saliva do carrapato, e resulta em uma paralisia aguda, ascendente, flácida provocada pela redução dos níveis de acetilcolina e do potencial de ação de neurônios motores. A paralisia, que não está associada a dor, se inicia poucos dias após a picada, e progride gradualmente por um período de alguns dias. A paralisia surpreendentemente se resolve rapidamente, normalmente no dia da remoção do carrapato, mas se o carrapato não for removido a taxa de mortalidade como resultado da paralisia respiratória pode chegar a 10%. A paralisia por picada do carrapato pode ser confundida com outras condições e doenças neurológicas (ex., síndrome de Guillain-Barré ou botulismo).

RECURSOS DA WEB

NOVAS DOENÇAS INFECCIOSAS

Coltivírus e Seadornavírus na América do Norte, Europa e Asia|
CDC

 

 

 
 

RELATO DE CASO
Grupo de Casos de Paralisia por Carrapatos --- Colorado, 2006
 

 

DOENÇAS TRANSMITIDAS PELOS CARRAPATOS MOLES

BACTÉRIA

Febre Relapsa Por Picada do Carrapato

A febre relapsa por picada do carrapato é uma doença rara (cerca de 25 casos por ano nos Estados Unidos) e é causada por várias espécies de espiroquetas da família Borelia. Os agentes de transmissão são carrapatos moles do gênero Ornithodoros.  Carrapatos moles  (família Argasidae) diferem de muitas maneiras dos chamados carrapatos duros (família Ixodidae), mas o mais importante é que eles se alimentam rapidamente em seus hospedeiros e daí caem. A picada é normalmente indolor. Assim eles são muito menos prováveis de ser encontrados do que os carrapatos duros, que ficam ligados enquanto se alimentam durante horas. No ambiente selvagem, esses carrapatos são encontrados em materiais de nidificação, quando não estão se alimentando em seus hospedeiros animais. Todos os estágios do ciclo de vida podem se alimentar de sangue. 

As espécies de Borrelia que causam a febre relapsa por picada do carrapato estão normalmente associadas com vetores específicos de carrapatos OrnithodorosB. hermsii é transmitido a humanos pelo Ornithodoros hermsi, B. parkerii é transmitido pelo Ornithodoros parkeri e B. turicatae é transmitido pelo Ornithodoros turicata.  Cada carrapato está associado a um ambiente e hospedeiro preferido. Ornithodoros hermsi é encontrado em altitudes mais elevadas (457,2 – 2.438,4 metros), onde está associado com esquilos do solo, de árvores e com um tipo de esquilo do dorso listrado.  Ornithodoros parkeri ocorrem em elevações menores e habitam cavernas e tocas de esquilos do chão, cães-da-pradaria e corujas de buracos. Ornithodoros turicata ocorrem em cavernas e esquilos do chão, cães-da-pradaria e corujas de buracos nas regiões planas do Sudeste dos Estados Unidos. 

Sintomas
Inicialmente, o paciente apresenta artralgia, mialgia, cefaléia, calafrios e febre. Estes são seguidos por náusea, tosse, fotofobia e tontura. O paciente pode se mostrar confuso. Frequentemente ocorre eritema. O período de incubação antes do aparecimento dos primeiros sintomas é de cerca de uma semana (embora possa ser menor ou maior). Após o aparecimento da doença, os sintomas duram alguns dias e depois passam. Após uma semana ou duas, os sintomas ocorrem novamente e na ausência de tratamento a recaída continua acontecendo várias vezes. À medida que a febre passa, o paciente pode entrar em uma crise em que primeiro ocorre uma febre alta acompanhada de confusão e delírio. Esta "fase de calafrios" dura até meia hora. Daí entra a "fase do rubor", na qual a temperatura cai acompanhada de profusa sudorese, e às vezes, uma queda de pressão arterial.

Diagnóstico
Esfregaços sanguíneos, de medula óssea ou fluido cérebro-espinhal corados com Giemsa ou acridina laranja. Testes sorológicos também estão disponíveis. 

Tratamento
Antibióticos são usados e os sintomas resolvem em poucos dias. Pode, entretanto, ocorrer sequelas de longa duração, incluindo problemas cardíacos e renais, envolvimento de nervos periféricos, oftalmia e abortamento. Na ausência de tratamento a mortalidade pode chegar a 10% dos pacientes.

 

 

Voltar à Seção de Parasitologia do Microbiologia e Imunologia Online


This page last changed on Monday, January 23, 2017
Page maintained by
Richard Hunt